Empresas deixam de pagar R$ 414 bilhões em tributos em apenas 16 meses Entre janeiro de 2024 e abril de 2025, empresas de diversos setores da economia brasileira deixaram de recolher aproximadamente R$ 414 bilhões em tributos federais, o equivalente a R$ 25,8 bilhões por mês. A justificativa? A adoção de incentivos fiscais com a...

10 de julho de 2025
Jornal Contábil

Entre janeiro de 2024 e abril de 2025, empresas de diversos setores da economia brasileira deixaram de recolher aproximadamente R$ 414 bilhões em tributos federais, o equivalente a R$ 25,8 bilhões por mês. A justificativa? A adoção de incentivos fiscais com a promessa de redução no preço final de produtos e serviços ao consumidor.

No topo do ranking das companhias mais beneficiadas está a Dairy Partners Americas (DPA), joint venture do setor de alimentos, que obteve R$ 16 bilhões em isenções. Em seguida, aparecem a Honda e a Samsung, com R$ 10,5 bilhões cada em desonerações. A gigante brasileira do setor frigorífico JBS também figura entre as favorecidas, com um total de R$ 4,9 bilhões em benefícios fiscais.

O setor aéreo não ficou de fora. As companhias TAM e Azul foram isentas de recolher R$ 2,5 bilhões e R$ 2,4 bilhões, respectivamente, no mesmo período.

Outro destaque no levantamento é a desoneração da folha de pagamento, concedida a empresas de 17 setores da economia. Essa medida isolada provocou uma perda de arrecadação estimada em R$ 22,2 bilhões. Já o setor de turismo, amparado pelo Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse), acumulou R$ 20,5 bilhões em isenções.

 

Não é novidade: Brasil abre mão de mais de meio trilhão em renúncias fiscais por ano

Embora os números mais recentes impressionem, o debate sobre benefícios fiscais não é novo. Em 2023, um estudo elaborado pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), em parceria com o Instituto Justiça Fiscal e sindicatos, mostrou que o total anual de renúncias tributárias no Brasil já alcançava R$ 525 bilhões.

Esse valor representa o que o Estado deixa de arrecadar voluntariamente — quantia que, segundo especialistas, poderia financiar políticas públicas cruciais, como programas de combate à fome, habitação popular, educação e infraestrutura básica.

“O Estado abre mão de arrecadar meio trilhão de reais por vontade própria. Talvez até faça sentido. Mas é preciso perguntar: para incentivar o quê?”, questiona Fausto Augusto Júnior, diretor técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

A pergunta de Fausto ecoa entre economistas e setores da sociedade civil, especialmente em tempos de reforma tributária, em que o governo federal busca construir um sistema mais justo e eficiente. Se, por um lado, os incentivos são defendidos como mecanismos para atrair investimentos e impulsionar setores estratégicos, por outro, há uma crescente cobrança por transparência, avaliação de resultados e justiça fiscal.

 

Reflexões para o futuro: qual o real impacto dessas isenções?

O tema ganha ainda mais relevância diante do cenário fiscal restritivo enfrentado pelo país. O Governo Federal tem sinalizado, nos debates sobre a Reforma Tributária, que será necessário rever diversos benefícios fiscais para viabilizar a sustentabilidade do novo modelo de tributação.

Compartilhe nas redes sociais
Facebook Twitter Linkedin
Voltar para a listagem de notícias

Vamos Conversar? Caso tenha alguma dúvida, crítica ou sugestão, entre em contato!

Entre em contato conosco para esclarecer suas dúvidas, solicitar suporte, resolver problemas ou dar sugestões. Veja todas as opções de contato disponíveis.

Iguatemi Business Sorocaba - Sala 819 - Av. Gisele Constantino nº 1850 Sorocaba - SP

(15) 3019-8141

(15) 98136-2866

contabilidade@spincontabilidade.com.br

Sitecontabil © 2020 - 2025 | Todos os direitos reservados