NOTÍCIAS - Pesquisa diz que Brasil deve sentir impacto econômico causado pela pandemia até 2050 Os impactos causados pela pandemia de Covid-19 no Brasil poderão ser observados até 2050, concluíram pesquisadores da Rede Clima ao integrarem dados epidemiológicos a um modelo econômico. Quando o modelo foi rodado, o Brasil tinha cerca de 400 mil mortes. Hoje, o...

01 de novembro de 2021
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Os impactos causados pela pandemia de Covid-19 no Brasil poderão ser observados até 2050, concluíram pesquisadores da Rede Clima ao integrarem dados epidemiológicos a um modelo econômico. Quando o modelo foi rodado, o Brasil tinha cerca de 400 mil mortes. Hoje, o total ultrapassa 607 mil.

Os trabalhos da Rede Brasileira de Pesquisas sobre Mudanças Climáticas Globais (Rede Clima) foram coordenados por pesquisadores da UFMG e da Universidade de São Paulo (USP) e financiados pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI).

"Uma pessoa que faleceu aos 50 anos teria pelo menos mais 25 anos, provavelmente, de idade econômica ativa, mais um período de aposentadoria. Toda essa renda futura foi perdida", explica o coordenador do grupo, Edson Domingues, da Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Nesse sentido, ele acrescenta que há perdas em domicílios com morte de aposentados. "No Brasil, há vários grupos familiares que dependem dessa renda".

Na modelagem econômica utilizada, o total de mortes causadas pela Covid-19 foi determinante para entender os efeitos sobre a economia. Foram utilizados ainda dados sobre rendimento médio da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad). A análise envolveu ainda parâmetros médios de expectativa de vida, por região e grupos etários.

Em 2050, segundo as projeções da pesquisa, os impactos mais expressivos sobre o Produto Interno Bruto (PIB) no longo prazo poderão ser percebidos no Amazonas (-1,38%) e no Acre (-1,35%). Em seguida estão Rondônia (-1,2%) e Roraima (-1,1%). Por outro lado, alguns estados conseguirão se recuperar mais rapidamente no longo prazo: Pará (0,34%), Tocantins (0,28%), Piauí (0,14%), Maranhão (0,12%), Minas Gerais (0,09%) e Espírito Santo (0,03%).

"A pandemia teve impacto, obviamente, de curto prazo, com o fechamento do comércio, da indústria, de serviços, a perda dos deslocamentos, perdeu-se produção e emprego nos anos de 2020 e 2021. Isso é notório. Mas esse impacto de longo prazo, das fatalidades, é uma coisa pouco falada e muito pouco estudada", explica o professor da UFMG.

Ele lembra que a análise permite entender que, se mortes tivessem sido evitadas, os impactos econômicos de longo prazo seriam reduzidos.

Domingues relaciona ações que poderiam amenizar os efeitos econômicos a longo prazo.

"Diversos infectologistas já mostraram que se você tivesse uma coordenação efetiva, em nível federal, das políticas de restrição à atividade econômica de combate à pandemia, por exemplo, distribuição de máscaras, apoio aos estados na área hospitalar, um enfrentamento mais efetivo e coordenado nacionalmente das políticas de combate à pandemia teríamos menos mortes e menor impacto de longo prazo", analisa o pesquisador.

Impacto da pandemia será "bem maior"

Os pesquisadores se preparam para rodar novamente o modelo econômico, considerando o maior volume de mortes que, hoje, ultrapassam 607 mil. "É quase 50% a mais do que a gente estimou de fatalidades. Esse impacto em longo prazo vai ser efetivamente bastante maior", aponta Domingues.

Ele destaca que também será feita a análise por unidade da Federação. "Tivemos estados muito mais impactados do que outros, então a gente espera que esses números revelem uma figura mais adequada do longo prazo."

A Agência Brasil solicitou posicionamento do Ministério da Saúde, mas não houve retorno até a publicação da reportagem.

 

 

 

 
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